Pra toda vida!!!!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Para o 7º ano 01

Desde o início do século XX o eixo São Paulo-Rio de Janeiro seja responsável por mais da metade do valor da produção industrial brasileira, até a organização espacial das atividades econômicas era dispersa. As atividades econômicas regionais progrediam de forma quase autônoma. A região Sudeste, onde se desenvolvia o ciclo do café, quase não interferia nem sofria interferência das atividades econômicas que se desenvolviam no Nordeste (cana, tabaco, cacau e algodão) ou no Sul (carne, indústria têxtil e pequenas agroindústrias de origem familiar). As indústrias de bens de consumo, a maioria ligada aos setores alimentício e têxtil, escoavam a maior parte de sua produção apenas em escala regional. Somente um pequeno volume era destinado a outras regiões, não havendo significativa competição entre as empresas instaladas nas diferentes regiões do país, consideradas até então arquipélagos econômicos regionais.
Mapa das principais atividades econômicas desenvolvidas no Brasil no século XIX
  Com a crise do café e o impulso à industrialização, comandada pelo Sudeste, esse quadro se alterou. A oligarquia agrária do setor cafeeiro deslocou investimentos para o setor industrial, implantando, principalmente em São Paulo, fábricas modernas para os padrões da época. O governo federal, presidido por Getúlio Vargas, promoveu a instalação de um sistema de transportes integrando os arquipélagos econômicos regionais. Houve uma invasão de produtos industriais no Sudeste e nas demais regiões do país, o que levou muitas indústrias, principalmente nordestinas, à falência. Assim, com a crise do café, iniciou-se o processo de integração dos mercados regionais, comandado pelo centro econômico mais dinâmico do país, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro.
Eixo Rio de Janeiro - São Paulo - Belo Horizonte - principal área industrial e comercial do Brasil
  Além de terem se iniciado com mais força no Sudeste, as atividades industriais tenderam a concentrar-se nessa região por causa de dois fatores básicos:
  • complementaridade industrial: as indústrias de autopeças tendem a se localizar próximo às automobilísticas; as petroquímicas, próximo às refinarias etc.; e
  • concentração de investimentos públicos no setor de infraestrutura industrial: pressionados pelos detentores do poder econômico, os governantes costumam atender às suas reivindicações. O governo gastaria menos concentrando investimentos em determinada região em vez de distribuí-lo pelo território nacional, sobretudo no início do processo de industrialização, quando os recursos eram mais escassos.
  A primeira grande ação governamental para dispersar o parque industrial aconteceu em 1968, quando foi criada a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e instalado um polo industrial naquela cidade, o que promoveu grande crescimento econômico. A seguir, como resultado dos Planos Nacionais de Desenvolvimento dos governos Médici e Geisel, no final de década de 1970 e início da seguinte começaram a ser inauguradas as primeiras usinas hidrelétricas nas regiões Norte e Nordeste: Tucuruí, no rio Tocantins; Sobradinho, no São Francisco, e Boa Esperança, no Parnaíba. Quando o governo passou a atender ao menos parte das necessidades de infraestrutura das regiões historicamente marginalizadas, começou a haver  um processo de dispersão do parque industrial pelo território, não apenas em escala nacional, mas regional.

Um comentário: